Gravidez: como cuidar da beleza sem colocar a saúde em risco É preciso cuidado ao escolher os cosméticos nessa fase

Gravidez: como cuidar da beleza sem colocar a saúde em risco

É preciso cuidado ao escolher os cosméticos nessa fase
Por Renata Demôro

Cuidar da beleza durante a gravidez faz bem para o corpo e a mente, mas é preciso cuidado ao escolher os cosméticos nessa fase. De acordo com Maurício Pupo, farmacêutico, especialista e professor de pós-graduação em Cosmetologia, "alguns produtos podem desencadear alergias e irritações cutâneas, mas outros atravessam a placenta e podem até mesmo ser encontrados no leite materno".

Coordenadora do Departamento de Cosmiatria da Sociedade Brasileira de Dermatologia do Rio de Janeiro, a dermatologista Monica Azulay lembra que as profissionais do ramo de estética e beleza correm muito mais risco, já que estão constantemente expostas aos produtos. "A gestante pode pintar o cabelo, desde que use tintas temporárias - os xampus tonalizantes - e não use o produto com muita frequência. Cabeleireiras e principalmente tinturistas, que lidam com diferentes tipos de tintas, todos os dias, devem usar luvas e máscaras, de preferência em ambiente arejado", explica a médica.

A seguir, os especialistas tiram dúvidas frequentes sobre o uso de substâncias presentes em produtos de beleza durante a gravidez:

  • Amônia

    A dermatologista Monica Azulay explica a diferença entre os produtos: "As tintas permanentes e semipermanentes cobrem os fios brancos e duram de 4 a 6 semanas. Estes produtos contêm amônia e não devem ser aplicados durante a gravidez. As tinturas temporárias, que não atravessam a cutícula do cabelo, podem ser usadas pelas gestantes. O grande problema é que os profissionais dos salões de beleza costumam misturar 2 ou 3 cores até atingir a tonalidade desejada. Para a segurança da mãe e do bebê, é preciso ter certeza dos produtos que estão sendo aplicados". A dermatologista lembra que a henna disponível no mercado raramente é pura. "Ela costuma estar associada a sais metálicos, que podem trazer problemas para o recém-nascido", orienta Monica.
  • Óleo mineral

    Presente na maioria dos produtos graças a sua ação emoliente, o óleo mineral (um derivado de petróleo) foi associado em diferentes estudos ao aumento da mortalidade por diferentes tipos de câncer, como linfoma e leucemia. "Existem estudos publicados em renomadas revistas científicas, como American Journal of Industrial Medicine e Regulatory Toxicology and Pharmacology. No rótulo é possível identificar a presença de óleo mineral através dos termos paraffin oil e mineral oil", explica o especialista em cosmetologia Maurício Pupo. 
  • Ureia

    Um dos principais componentes dos hidratantes, a ureia penetra na pele e pode atravessar a placenta, chegando ao feto. "Ainda não existem estudos explicando as consequências para o bebê", diz o farmacêutico, especialista em cosmetologia, Maurício Pupo. "A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou que produtos com em dosagens maiores do que 3% de ureia devem conter no rótulo um alerta para que não sejam usados durante a gravidez. O órgão também proibiu a fabricação de cosméticos com concentração de ureia superior a 10%", explica o profissional. 
  • Filtro UV

    De acordo com estudo realizado pela Universidade de Zurique, na Suíça, alguns fotoprotetores podem chegar ao leite materno. "Os resultados apontaram a presença de filtro UV em 85% das amostras de leite materno testadas. Como as substâncias podem ser tóxicas para o bebê, recomendo o uso de fotoprotetores físicos 100% minerais durante a gravidez, que garante segurança, já que não é absorvido pela pele", diz Maurício Pupo. Os filtros a que ele se refere são formulados exclusivamente com o dióxido de titânio e o óxido de zinco , tipo pasta d'água.
  • Guanidina

    Monica Azulay explica que produtos para alisar cabelos costumam conter guanidina e tioglicolato de amônio, substâncias que ainda necessitam de mais estudos para determinar efeitos potenciais na mãe ou no bebê. "A guanidina e o tioglicolato fragilizam a fibra capilar e podem irritar o couro cabelo, mas não temos comprovação sobre má formação fetal. Como os efeitos são pouco conhecidos, recomendo que as gestantes não façam uso destes produtos durante o primeiro trimestre de gravidez", orienta a dermatologista.

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