Álcool é permitido na gravidez? E remédios? Especialistas apontam o que pode prejudicar o feto

Álcool é permitido na gravidez? E remédios? Especialistas apontam o que pode prejudicar o feto


Algumas drogas podem causar malformações e abortos a gestantes; por isso a importância de acompanhamento médico

Uma das maiores dúvidas de mulheres grávidas diz respeito a medicamentos que podem ou não serem utilizados durante a gestação. Por isso, a atenção deve ser redobrada na leitura da bula de qualquer remédio. Mesmo aqueles que parecem inofensivos podem apresentar efeitos colaterais graves e prejudicar a saúde da gestante e do bebê. O site do GNT conversou com os médicos ginecologistas e obstetras Patrícia de Rossi e Domingos Mantelli sobre os cuidados que as gestantes devem ter com medicamentos durante a gravidez.

A verdade é que pouco se sabe sobre os efeitos de tomar a maioria dos medicamentos durante a gestação. As mulheres grávidas não são muitas vezes incluídas em estudos para determinar a segurança de novos medicamentos antes da sua entrada no mercado, por óbvios motivos éticos”, explica a Patrícia de Rossi. No caso de mulheres que fazem algum tratamento ou utilizam remédios de uso contínuo, a médica aconselha: “A saída mais segura é uma conversa com o médico, que pode indicar novos rumos ao tratamento, sempre considerando os cuidados especiais com as gestantes”. 

Os médicos lembram que o período mais crítico durante a gravidez é o primeiro trimestre. Domingos Mantelli pondera: "Alguns remédios são realmente proibidos no primeiro trimestre porque é o período de formação do embrião, onde há o maior risco de malformações porque está ocorrendo o maior índice de divisões celulares. Passando esse período, muitas vezes, o remédio pode ser liberado porque não traz mais risco de malformação".





Sangramento na gravidez  normal? Especialistas esclarecem principais dvidas (Foto: Getty Images)Grávidas devem ter cuidado redobrado com medicamentos durante a gravidez (Foto: Getty Images)

Os especialistas listaram algumas drogas que merecem cuidado redobrado durante a gravidez:

Álcool

Esse é um ponto em que os especialistas costumam divergir: alguns médicos liberam pequenas doses de álcool enquanto outros são radicalmente contra. Patricia faz parte do grupo que é contra: "Não existe um limite seguro para o consumo de álcool durante a gravidez, já que ele pode causar uma Síndrome Alcoólica Fetal (SAF). Ele é contraindicado em qualquer quantidade. Há o risco de o feto ter alterações faciais, microcefalia (cabeça pequena), retardo mental, déficit de controle dos impulsos, hiperatividade e alterações neurocomportamentais". Domingos engrossa o couro: "Não existe nenhum estudo demonstrando que há uma dose segura de álcool na gestação. E a divergência entre os médicos existe justamente pela falta de trabalhos comprovando se há ou não uma dose segura. Por isso, o ideal é que se evite".
Anticonvulsivantes (antiepiléticos)

"A própria epilepsia parece aumentar o risco de lesões. Mulheres que pretendem engravidar devem informar ao médico para que um ajuste seja feito ao esquema de tratamento, com medicamentos mais seguros com doses menores. Recomenda-se suplementação de ácido fólico e controle do nível da droga no sangue ao longo da gravidez", lembra Patrícia de Rossi.
Anti-hipertensivos da categoria inibidores da ECA

"Pacientes hipertensas devem ter um cuidado ainda maior, já que muitos remédios podem causar danos irreversíveis ao feto, como restrição do crescimento fetal e do líquido amniótico", lembra Patrícia. Domingos completa: "Estas drogas devem ser substituídas por outras categorias de anti-hipertensivos que são permitidos na gestação. O ideal é procurar o ginecologista ou o obstetra antes de tentar engravidar, para que essas drogas sejam substituídas e a mulher possa engravidar sem problemas. Caso ela engravide tomando a medicação, deve procurar o obstetra imediatamente para fazer a substituição dessas drogas".
Retinoides sistêmicos (isotretinoína, acitretina)

A doutora Patrícia faz um alerta: "São os mais potentes teratógenos (tudo aquilo capaz de produzir dano ao embrião ou feto durante a gravidez) conhecidos em humanos. A isotretinoína é utilizada no tratamento da acne cística severa e resistente a outros tipos de terapia. A acitretina é prescrita para pacientes com psoríase e outras doenças graves da pele. O problema é que os derivados da vitamina A, usados por via oral, podem causar graves defeitos na face, nas orelhas, no coração e no sistema nervoso do feto".
  
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