Exame de toque (vaginal): Não é um procedimento sem riscos
Exame de toque (vaginal): Não é um procedimento sem riscos
22 de junho de 2015Quem trabalha com obstetrícia sabe que não existe manual para o parto, nem certezas e que quando achamos que sabemos tudo a natureza nos surpreende. O exame de toque é um procedimento feito de rotina pela maioria dos profissionais tanto na gestação quanto no parto. Mas apesar de ser feito de rotina ele não é um procedimento sem riscos, e na verdade o resultado (a dilatação,) não nos diz muita coisa. Primeiro porque não existe uma régua lá dentro, então cada profissional que toca vai dar a sua opinião do quanto o colo dilatou/apagou/centralizou. Segundo que não é incomum mulheres que chegam na maternidade com pouca dilatação (3 cm) e que dão a luz pouco tempo depois. Nem mulheres que chegam com dilatação avançada (8 cm) e demoram longas horas para dilatar e parir.
 Então a dilatação do colo é APENAS uma das várias coisas que o corpo da mulher faz no parto. Sempre
 que as minhas clientes perguntam quando devem ir para o hospital, se 
devem ir  fazer o exame de toque, eu explico que elas não devem se 
preocupar com isso. Que de fato o colo do útero fica em um local tão 
íntimo e escondido que nem faz sentido ser tocado se pararmos para 
pensar. Então oriento que elas procurem o hospital quando estiverem com 
contrações regulares e próximas. Sim, o exame de toque é uma intervenção
 que deve ser feita apenas com real necessidade e não rotineiramente 
(especialmente se a bolsa já estiver rompida). Então como saber se a 
mulher está em trabalho de parto? Existe várias maneiras de  avaliar: 
Intervalo e duração das contrações, linha púrpura, comportamento da 
mulher etc. Também não estou dizendo que os exames devem ser abolidos, e
 sim que devemos entender que eles não são exatos e que possuem riscos. 
Pesquisando sobre o assunto na internet fui direto no site ”Midwife thinking”
 que adoro. Traduzi esse trecho do texto e compartilho com vocês. Espero
 que cada mulher reflita sobre esse procedimento, e que com isso, passem
 a confiar mais em seus corpos e evitando esse procedimento.
“A
 fim de obter o consentimento para um exame vaginal, as mulheres 
precisam de informação sobre a falta de evidências que suportam exames 
vaginais, e sobre as consequências potenciais dos exames vaginais. Eu 
comecei uma lista abaixo e são vem-vindas todas as adições que você 
puder pensar: exames vaginais são invasivos e muitas vezes doloros: Há 
pouca pesquisa sobre as experiências das mulheres (surpresa, surpresa). A
 maioria das mulheres relatam estarem “satisfeitas” com a sua 
experiência do exame de toque, algumas acham que é doloroso, para 
algumas está associada com PTSD (estresse pós-traumático) (Dahlen et al.
 2013).  Os resultados podem ser enganosos: O que o colo do útero está 
fazendo no momento do toque não indica que o colo do útero vai fazer no 
futuro. Portanto, os resultados não podem informar eficazmente as 
decisões sobre medicação para a dor ou outras intervenções (embora 
estassão frequentemente as razões dadas para realizá-lo). As medições 
são subjetivas e inconsistentes entre os profissionais: A precisão entre
 os profissionais é inferior a 50% (Buchmann & Libhaber 2007). O 
toque ignora o conhecimento da mulher e reforça que existe um “perito 
externo”: Muitas vezes os resultados não correspondem a experiência da 
mulher e o resultado pode ser devastador, por exemplo, no ínício do 
trabalho de parto. A VE pode resultar na ruptura das membranas por 
acidente: Não é incomum romper acidentalmente o saco amniótico,durante a
 realização de um exame de toque – isso altera todo o  processo de 
nascimento e aumenta o risco para o bebê. Exames vaginais podem aumentar
 a chance de desenvolver uma infecção (Dahlen et al. 2013)”Para ler todo o post original clique aquiTradução: Cristina Melo (Doula)
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